No último final de semana estreou no Rio de Janeiro o musical “Thriller
Live Brasil Tour”.
Confesso que a curiosidade era grande:
1º porque sempre
admirei o artista Michael Jackson e sua trajetória.
2º porque fui a coletiva de imprensa e o comentário mais
propagado - pelo diretor, pelo produtor, o coreografo e artistas – era que o
público teria a nítida sensação de estar em um show do Michael. Que tudo
havia sido pensado pra isso: cenário, luz, figurino, estrutura de palco,
talento artístico, bailarinos...
E 3º porque gosto, e muito, de ir a shows e musicais.
Pois bem... 5ªf estive na pré-estreia do “Thriller Live” e
infelizmente o que vi não chegou nem perto do tamanho da minha
expectativa.
Será que não estava esperando demais?
Pode até ser, mas foi difícil imaginar que o espetáculo, lançado na Inglaterra
em 2009, tenha sido um dos únicos aprovados pessoalmente pelo artista (além de “Thriller”
só o Cirque du Soleil conseguiu isso).
Infelizmente, ou felizmente, quando penso em shows do Michael Jackson penso
em uma mega estrutura, onde tudo funciona e onde o público sai extasiado diante
do que ouve, vê e sente.
O musical começa com Leilah Moreno (cantora brasileira) de
vestido vermelho, num palco escuro, cantando uma música que eu, pessoalmente,
não conheço.
Depois tudo se ilumina e começa a sessão didática com um dos
cantores falando sobre a vida de Michael: como ele surgiu como artista, quanto
vendeu durante sua carreira, o que conquistou... Tudo isso acompanhado de algumas
imagens projetadas e legendas num telão (algumas partes do “essa é sua
história” são faladas em inglês).
Até aí tudo bem. Acho válido falar sobre quem foi
Michael, afinal tenho noção de que muita gente que estava ali talvez desconhecesse a grandiosidade de suas conquistas. Mas o “didatismo” que surgia durante
as apresentações quebrava totalmente o clima.
Acredito que o impacto
seria maior e melhor se o vídeo explicativo, com imagens e informações importantes do
Rei do Pop, fosse integralmente apresentado antes das luzes do palco se acenderem
e o musical começar.
Definitivamente saí de lá decepcionada.
De repente se tivessem me vendido
o espetáculo como “apenas” uma homenagem musical a Michael Jackson meu sentimento
seria outro.
Até conheço gente que adorou. Aplaudiu de pé. Mas eu realmente
esperava mais (talvez por ter ouvido tantas qualidades enaltecidas durante a
coletiva).
De todo modo deixo aqui o “Thriller Live Tour Brasil” como
dica. Dica pra quem quer ouvir Michael, relembrar momentos e curtir tudo como
se fosse, simplesmente, uma celebração a música e não ao artista e a qualidade
da estrutura existente em volta dele.
- Pontos positivos: o talento dos bailarinos que arrasam em
todos os números. O mini Michael que brilhou na fase Jackson 5. O Performer que personifica
o Michael dançarino. A banda que toca ao vivo.
E a produção de algumas canções como “Thriller”.
- Pontos negativos: a fraca estrutura do palco - pra dimensão do artista que foi Michael Jackson. Alexander Ko (um dos cantores ingleses) - mega forçado nas interpretações e desenvoltura de palco. O didatismo que interfere no andamento do musical. A “falta” de uma cronologia lógica (já que a intensão era ter cronologia). E Leilah Moreno aparecer só duas vezes durante as 2h30min (por que e pra que foi escalada? ).
- Informações:
"Thriller Live Brasil Tour"
- Rio de Janeiro
- de 22 de fevereiro a 7 de abril de 2013
- Citibank Hall, RJ - Av. Ayrton Senna, 3000 - Barra da Tijuca - (21) 2156-7300
- São Paulo
- de 9 de maio a 23 de junho de 2013
- Credicard Hall, SP - Av. das Nações Unidas, 17955 - Santo Amaro - (11) 4003-5588
*TatianaTete