Cursar a Pós de Produção Cultural em uma Universidade que
volta e meia disponibiliza ingressos pros mais diversos eventos é, atualmente,
um luxo.
E quando o ingresso em questão é para assistir uma ópera no
Theatro Municipal do Rio de Janeiro o evento, a meu ver, torna-se imperdível.
Essa foi minha 2ª ópera esse ano. E diferente da 1ª que tinha cenário, roupas de
época, bailarinos e toda uma estrutura teatral, “Cavalleria Rusticana”, de Pietro
Mascagni, tinha uma concepção “mais simples” – porém não menos impactante e
emocional.
Dessa vez estavam no palco Orquestra Sinfônica do Municipal regida
pelo maestro Silvio Viegas, o tenor Richard
Bauer, a
soprano Sylvia Klein, o barítono Leonardo Páscoa, a soprano Leila Guimarães, a mezzo-soprano Regina
Elena Mesquita, mais o coro do Theatro composto
de 42 mulheres e 44 homens que entoavam
suas vozes numa linda harmonia para contar a história do jovem soldado Turiddu, sua mãe Mamma Lucia, sua
noiva Lola, o carroceiro Alfio e jovem aldeã Santuzza.
“A Cavalleria Rusticana, ópera
em um ato, narra uma história que
envolve amor, traição, lágrimas, religiosidade, adultério e vingança. Foi
transformada em ópera com uma música de força única. Forte, lírica, dramática,
bela e emocionante. É impossível não ser afetado pelo poder desta obra e o
público italiano, na noite de estreia, imediatamente percebeu que estava diante
de algo definitivo. Ela, que foi a primeira ópera de Mascagni a ser
representada, pode ser considerada uma das mais importantes do Verismo. O
Verismo é um movimento que visa somente expressar a realidade do mundo e não
idealizá-la, como era a moda na segunda metade do século XIX. A honra de um
camponês, nesta história que se passa no interior da Itália, foi reconhecida
por plateias do mundo inteiro, como algo que poderia acontecer em qualquer
outro tempo ou país. E por isso, por se tratar de um drama verdadeiramente
humano, é que esta obra continua sendo sempre atual e universal.”,
comenta o Maestro Silvio Viegas (site Theatro Municipal do Rio de
Janeiro).
As canções, o modo de cantar, a emoção usada, os
instrumentos e o ambiente me remeteram imediatamente
para a Europa do século XIX - suas festas, suas roupas, seus preceitos, conceitos
e preconceitos - numa viagem deliciosa e nem um pouco cansativa.
Vê você nunca assistiu, assista. Os preços atualmente são
bem mais acessíveis (o mais barato custava R$ 18) e o Theatro Municipal, por si
só, já vale cada real pago no ingresso.
*Tatiana Tete
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